quinta-feira, 20 de junho de 2013

LOCALIZAÇÃO


O Geoparque proposto localiza-se na porção Leste (sudeste a nordeste) do Estado do Rio de Janeiro (Figura 1)

Figura 1. Locação do Geoparque
De leste para oeste e de sul para norte, compreende os municípios de: Maricá, Saquarema, Araruama, Arraial do Cabo, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Armação dos Búzios, Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Macaé, Carapebus, Quissamã, Campos dos Goytacazes, São João da Barra e São Francisco de Itabapoana. Na discussão sobre os limites do geoparque com os representantes dos municípios e instituições parceiras, ficou acertado que eles deveriam ser coincidentes aos limites municipais.


A área pode ser acessada por diversas rodovias, sendo as principais a rodovia federal BR-101 e as rodovias estaduais RJ-124 e RJ-106. Iniciando a viagem ao geoparque desde o Rio de Janeiro, o melhor acesso para a porção norte da área é a BR-101, a partir da Ponte Rio-Niterói. Esta é a melhor opção para alcançar a sede municipal de Casimiro de Abreu (118 km). Para Rio das Ostras, trafegar por 131 km pela BR-101 e tomar a RJ-162, na localidade de Rio Dourado. Para Macaé, pode-se seguir pela BR-101, por 171 km, até a sede municipal.

Após 180 km pela BR-101 chega-se ao ponto de encontro desta rodovia com a RJ-178 para a sede de Carapebus, que se localiza a 196 km do pedágio da Ponte Rio-Niterói. Para seguir de Carapebus para Quissamã, permanecer na BR-101 por 224 km, até encontrar a RJ-196. Ainda por essa rodovia federal, é alcançada a sede de Campos dos Goytacazes após 261 km. Deste ponto, pela rodovia BR-356 chega-se a São João da Barra, após 40 km. Também, a partir de Campos dos Goytacazes, seguindo pela BR-101 por mais 20 km, toma-se a RJ-224 até São Francisco de Itabapoana. Diversas estradas interiores fazem a ligação entre estas cidades e, também, com as vilas.

Da praça do pedágio da Ponte Rio-Niterói, pode-se alcançar as sedes de Maricá (44 km), Saquarema (86 km), Araruama (97 km), Iguaba Grande (112 km) e São Pedro da Aldeia (140 km) pela Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106). As cidades de Araruama, Iguaba e São Pedro da Aldeia também são acessadas pela RJ 124 (Rodovia Vialagos).

Pela Vialagos, chega-se a São Pedro da Aldeia, desde a Ponte Rio-Niterói após 126 km e, após 12 km pela RJ140, encontra-se a cidade de Cabo Frio e, seguindo 14 km por esta mesma rodovia está a cidade de Arraial do Cabo. De São Pedro da Aldeia, pela Rodovia Amaral Peixoto, chega-se até Armação dos Búzios, após 170 km. Existe uma grande quantidade de pequenas estradas vicinais que ligam as cidades, bairros e praias nesta área. De Niterói a Rio das Ostras, desta vez pela RJ106 (Rodovia Amaral Peixoto), a distância é de 163 km, passando por Barra de São João, balneário pertencente ao município de Casimiro de Abreu.

GEOSSITOS E SITIOS HISTORICOS SELECCIONADOS


Figura 2. Mapa com loclização dos Geossitos e Sitios Historicos

   NOME  DOS GEOSSITOS





     NOME DOS SITIOS HISTORICOS


Figura 3. Mapa localização dos Sitios Historicos





terça-feira, 11 de junho de 2013

INTRODUÇÃO


Com as descobertas de petróleo nas camadas do Pré-Sal das bacias marginais brasileiras, mais uma vez a maravilhosa  e complexa geologia do Estado do Rio de Janeiro  tornou-se alvo de atenção. Desta vez, o foco se voltou  para as lagunas hipersalinas fluminenses que apresentam  condições especialmente propícias para desenvolvimento de colônias de cianobactérias, produtoras de rochas carbonáticas semelhantes às do Pré-Sal.

Em 2009, para estudar estas singularidades, foi firmado  entre a PETROBRAS e o ETH Zürich, um convênio de  cooperação, o Projeto PETHROS. Estabeleceu-se, também, uma parceria com o DRM-RJ, por meio do Projeto Caminhos  Geológicos, no sentido de sinalizar estas lagunas. O  objetivo foi o de protegê-las. Afinal, “além de ser importante  em si mesma, a preservação de tais geossítios assegura, para  as gerações futuras, o direito de conhecê-los” (Guilherme  Estrella – Diretor da PETROBRAS, comunicação oral).

Com base nesse pensamento e em iniciativas já existentes de várias entidades acadêmicas, governamentais (nos três níveis), privadas e ONGs que visavam à preservação da riqueza geológica do litoral do Estado do Rio de  Janeiro, se fortaleceu a idéia do GEOPARQUE COSTÕES E LAGUNAS, que abriga, além destes corpos d´água, as rochas que guardam a evolução do Gondwana a partir de afloramentos de importância internacional, com características essenciais para o entendimento do fechamento e quebra deste paleocontinente.

Desde 2010, a proposta da criação do Geoparque tem sido intensamente discutida e culminou com a indicação de uma área que se estende desde o Município de Maricá até o de São Francisco de Itabapoana, abrangendo, 16 municípios e uma área de aproximadamente 10.900 km2,  com 1.585.000 habitantes (Censo do IBGE – 2010). 
O Geoparque Costões e Lagunas do Estado do Rio de Janeiro compreende área com evolução geológica singular (Mansur et al., 2010), envolvendo mais de 2 bilhões de anos de história geológica. Na região, podem ser observados outros geossítios que exibem rochas de natureza ígnea e/ou metamórfica, campos de dunas, restingas, falésias, cordões litorâneos, deltas e manguezais. 

Nos costões predominam litotipos metamórficos, para e ortoderivados, que registram a evolução tectônica desde o Paleoproterozoico até a Orogenia Búzios, no Cambriano, e granitos ordovicianos. Envolve a área continental adjacente às bacias sedimentares de Campos e de Santos, inclusive o alto estrutural de Cabo Frio, que as separa, e estruturas geológicas como grabens e falhas. Ocorrem diques toleíticos mesozoicos e corpos alcalinos plutônicos a subvulcânicos paleocênicos. 
Unindo os costões, os sedimentos são de idades, origens e composições diversas, desde continentais do Mio-Plioceno, fluviais, marinhos, lagunares e eólicos do Pleistoceno ao Holoceno. 

Na região, ocorre um microclima semiárido gerado por ressurgência sazonal de águas frias da Corrente das Malvinas, na costa de Arraial do Cabo, o que permitiu o desenvolvimento de flora e fauna endêmicas. Este clima também possibilitou o desenvolvimento de lagunas hipersalinas com características físico-químicas, sedimentológicas e principalmente biológicas únicas, em que a presença de estromatólitos e dolomita recentes, originados da ação de bactérias, as transforma em laboratórios naturais de importância internacional. 
Foram descritos dezenas de sítios arqueológicos. A região possui sítios históricos relacionados às primeiras povoações brasileiras, que nos remetem ao descobrimento do país, à exploração do pau-brasil, à invasão francesa em Cabo Frio e ao caminho dos Jesuítas. Museus apresentam aspectos históricos, culturais e científicos. Ainda, na região, foi registrada a passagem de naturalistas como Charles Darwin, príncipe Maximiliano de Wied-Neuwied e Saint-Hilaire. 

Destacam-se ainda as salinas como patrimônio geomineiro e cuja operação permanece quase a mesma desde o século XIX. Notáveis são os faróis, as histórias dos naufrágios, as construções tombadas e lendas e mitos contadas pela população caiçara. O turismo fomenta intensa atividade de pesca subaquática e esportes náuticos, bem como gastronomia típica e um sistema hoteleiro diversificado. 

A região ainda possui rede estabelecida de Educação Ambiental envolvendo comitê de bacia, prefeituras, escolas e ONGs. 

Ainda é possível encontrar na região núcleos preservados de vegetação de restinga, um dos biomas mais ameaçados do país. A fauna e flora da região são reconhecidas por sua raridade e, por este motivo, foram criadas Unidades de Conservação - UCs de Proteção Integral e Desenvolvimento Sustentável. A título de exemplo, vale citar a vegetação classificada como a estepe arbórea aberta da região entre Arraial do Cabo e Armação dos Búzios, o mico-leão-dourado e a descoberta, em 2011, de uma nova espécie de mamífero na região, no território do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, denominado de ratinho-goytacá (Cerradomys goytaca). Recifes de coral constituem, ainda, importante ecossistema em Armação dos Búzios. 

A principal atividade econômica da região está na indústria do petróleo, uma vez que a área compreende a  importante região produtora da Bacia de Campos e parte da Bacia de Santos, cujo limite encontra-se no alto estrutural de Cabo Frio. Soma-se, ainda, o importante setor  de serviços, em particular ao relacionado ao turismo na denominada região da Costa do Sol. Nas porções mais  interiores dos municípios, a agropecuária desempenha importante papel, somada ao do turismo rural. 

Com extensão territorial de 10.900 km2 e uma densidade demográfica de, aproximadamente, 145 habitantes/ km2, a área apresenta uma densidade demográfica média menor, se comparada à do Estado do Rio de Janeiro, que  atinge 365 habitantes/km2. A maioria da população vive nas áreas urbanas.













quinta-feira, 6 de junho de 2013

APRESENTAÇÃO



O geoparque Costões e Lagunas do Estado do Rio de Janeiro compreende 16 municípios em uma área com cerca de 10.900 km2, área total das municipalidades, com uma população de 1.585.000 habitantes

 
Mapa de localização da área proposta 
para o Geoparque Costões e Lagunas do Rio de Janeiro


É uma região de impressionante beleza cênica e de especial caráter cultural pela presença de sítios históricos, que nos remetem ao descobrimento do Brasil e a passagem de importantes naturalistas, e pré-históricos, na forma de sambaquis e oficinas líticas. Do ponto de vista científico possui características únicas, tanto pela presença de flora e fauna endêmica com reconhecimento internacional, como também pela presença de geossítios portadores de informações essenciais para entendimento da evolução de nosso planeta. Nos costões está registrada a evolução final do fechamento do paleocontinente Gondwana e nas lagunas hipersalinas a presença de estromatólitos holocênicos e o metabolismo de dolomita por ação microbial. No território estão registradas rochas desde o Paleoproterozoico até o Holoceno. Assim é que foram inventariados quase duas centenas de sítios, sendo que 52 estão listados neste trabalho incluindo geossítios e pontos com interesse cultural, histórico, pré-histórico e ecológico. Museus e sítios com interpretação, tando do meio biótico quanto do geológico, estão representados em toda a área.

Ressalta-se a existência de programas de educação ambiental e patrimonial em todos os municípios. Para o Geoparque foram criados mascotes, “Os Super Feras”, cujos três primeiros livros foram publicados pela autora.


Os Super Feras

A logomarca já foi criada, sendo que os municípios e as instituições (nível federal, estadual e municipais, além de ONGs) vêm trabalhando desde 2011 na organização das informações para submissão do dossiê à UNESCO.